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quarta-feira, 28 de abril de 2010

Você... minha vulcãozinha...

Mesmo que me chegasse esse
teu ar de
inocência brandindo minha alma
impura...
mesmo assim eu te desejaria
em mim.

E devagar sim...tiraria esses teus
sapatos
para que teus pés ficassem no
meu colo,
e minhas mãos pudessem
acariciá-los,

até que você sentisse aquelas
coceguinhas,
e começasse a rir e tentar tirar
minha mão
porque agora, contente, até teu
coração batia,

naquele compasso de uma chacona
à Bach,
que logo enchia esses teus olhos
de ritmo
e de uma melodia dividida toda
em colcheias.

Ah...hoje as coisas não deram bem
certo para você
E depressa logo você encontra um
argumento unilateral para posicionar
teu ego insatisfeito.

E tenho culpa... se dentro de você
havia dúvidas,
quando ao fato de você se envolver
na noite,
e não encontrar a tua estrela esperada
no céu?

Hum...essa tarde amornando o nosso
encontro...
feito de vontades acordadas em nossos
corpos
desse ir e vir...que quando chegava...
logo partia,

e você podia ter de mim idéias até
mesmo obtusas
ao afirmar que tuas chamas viraram
cinzas
porque você nem conseguia ver o meu
rosto,

pois o destino havia chegado para
impedir-me,
e estava claro que algo não
marchava certo
nessa imprevisibilidade do se querer
ver e não se ver.

Hum...mas teu rosto está aqui mesmo
dentro de mim,
enquanto que esse teu corpo feito
de indecisa paixão...
me cobre todo como se o tempo não
mais existisse.

Nos perdemos em nosso segundo encontro
de olhos...
e nem você e nem eu mais sabemos bem
o porquê...
desse destino traçar um alinhavado tão
perturbador...

colocando no átrio apenas as nossas simples
sombras,
para que num amanhã qualquer nasçamos
para o amor,
e nosso beijo não seja apenas um impulso,
e nada mais.

Hum...
o amor é tudo...se houver amor.
Vulcãozinha...onde você está, heim ?
Sumida...
Ah... mas eu sei onde, rsrs...

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Autor: Cássio Seagull
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